O ser humano produz duas linguagens a partir de sua língua: uma, racional, empírica, prática, técnica; outra, simbólica, mítica, mágica. A primeira tende a precisar, denotar, definir, apóia-se sobre a lógica e ensaia objetivar o que ela mesma expressa. A segunda utiliza mais a conotação, a analogia, a metáfora, esse halo de significações que circunda cada palavra, cada enunciado e que ensaia traduzir a verdade da subjetividade... A cada uma delas correspondem dois estados. O primeiro, também chamado de prosaico, no qual nos esforçamos por percebe, raciocinar, e que é o estado que cobre uma grande parte de nossa vida cotidiana. O segundo estado, que se pode justamente chamar de “estado segundo”, é o estado poético. *
Modificar nossa atitude diante das coisas, apreendendo a contemplá-las em sua riqueza simbólica, nos educa a “não considerar unicamente o mundo das idéias como valor, nobre e digno, de nossa mente humana” . Saber estar à espera de captar o mistério das coisas nos possibilita o acesso ao saber místico, o qual exige que sejamos tocados em primeiro lugar pelos sentidos, dando-nos verdadeiramente conta do que vemos, tocamos e ouvimos.
A Terra é o único caminho que nos pode conduzir ao céu. Não há outro. E a Terra não é uma idéia, um raciocínio, uma abstração ou um conceito. Não é sequer uma lei. É uma coisa [...]. **
* E. Morin, Amor, poesia, sabedoria, Rio de Janeiro, Bertrand Brasil, 1998, pp.35s
** P. Charles, A oração de todas as coisas, São Paulo, Flamboyant, 1962, p.11
O que são os símbolos? Talvez realidades subsistentes, talvez sinais que remetem ao superurânio..
ResponderExcluirAluno: Maria da Silva