sexta-feira, 5 de junho de 2009

Envolver os sentidos


Devemos estimar e desenvolver nossa dimensão sensorial. Os sentidos nos constituem – expandindo-os nos humanizamos. Os sentidos são fonte de verdade – na beleza e harmonia das coisas vemos revelar-se o seu valor. Os sentidos são janelas de prazer – experimentando as delícias simples e naturais do mundo alcançamos o repouso e o equilibro interior. Nada é só sensorial; os sentidos são mais do que os sentidos: não só a beleza e, através dela, a verdade, como também a bondade se manifesta no gozo que nos depara a natureza, corporificação que é de uma realidade transcendente. Como seres espirituais e simbólicos, as maravilhas que sentimos nos desvelam a riqueza de significados escondida nas coisas e nos remetem para a Realidade Fontal que, através delas, nos fala de si. Igualmente, devemos nos precaver contra o desregramento dos sentidos – a exacerbação sensorial anula o prazer e embota nosso intelecto. Tudo em demasia transforma-se em desprazer; sem a disciplina dos sentidos causamos nossa infelicidade. A tirania do prazer submete nosso espírito.

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