sexta-feira, 5 de junho de 2009

Responsabilidade diante da fé


Responsabilidade diante da fé. No horizonte mais amplo da nossa consciência se insere a presença do transcendente, informando um caráter próprio e um sentido maior a todas as outras relações, intrapessoais, interpessoais e cósmicas. Na medida em que reconhecemos que os dons de nosso intelecto têm origem em Deus, seu exercício assume a condição de missão. Na medida em que discernimos a natureza teândrica do nosso agir, onde o divino e o humano co-atuam, percebemo-nos partícipes de um projeto salvífico. Desde essa perspectiva de fé, o uso para o bem de nossos talentos – não os enterrando (cf. Mt 25,14,30) ou os desvirtuando – exprime o último e definitivo nível de responsabilidade:
Se todas as instâncias humanas caducarem ou falharem na sua cobrança e exigência de responsabilidade, permanece sempre Deus como pedra inabalável, rochedo firme.
A presença atuante de Deus em nosso agir não diminui a responsabilidade do ser humano, pois esta não destrói nossa liberdade. Devemos fugir de dois extremos: nem podemos nos abandonar à Graça, nem devemos ter uma concepção prometéica do homem, atribuindo somente à qualidade da ação humana a sua eficácia. Deve, antes, ser o nosso agir um empenho confiado, que mobilize todos os meios humanos à par que mantém a confiança na Providência de Deus. Eis como Santo Inácio de Loyola o formula:
Eis a primeira regra para agir: deposita tua confiança em Deus, como se todo o êxito do trabalho não dependesse de ti, mas apenas de Deus; aplica-te todo inteiro à tua obra, como se Deus não devesse fazer coisa alguma, mas tu devesses tudo fazer sozinho.*

* Segui a fórmula corrigida, por J. de Lapparent, da regra inaciana, conforme adaptação citada e comentada por Libânio.

3 comentários:

  1. Muito bom!

    Aluno: Cosme Alves

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  2. A transcendência é a abertura de si mesmo cada pessoa em sua unicidade para com Deus principalmente , mas que, se estende ao próximo. Assim, há uma relação dialógica já que o próprio Deus estabelece conosco este diálogo que vem com propostas de transformação em nós mesmos e na sociedade. Por isso podemos afirmar que a consciência do homem é como uma voz que o norteia em direção ao Divino claro, se o homem o adere. Se aceita a este chamado da fé deve automaticamente estar inserido à fé o contexto da solidariedade, partilha,fraternidade e o compromisso com o bem estar da outra pessoa. São valores indispensáveis ao testemunhar a fé em Cristo que nos trouxe o Reino de Deus, a isso eu chamo de união entre fé e vida. Fundamento este comentário em Mt 25, 31-46 (juízo final) que vem com elementos valorizados nestes polos. Não que o contexto salvífico seja pleno apenas com eles mas, creio seja o indispensável para se realizar a responsabilidade de cristãos na fé diante o segmento a Jesus através da martyria. ALUNA: MARIA AUXILIADORA S. BESERRA

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  3. A fé é um objeto de suma importância ao qual devemos ter cuidado ao falar de fé, ela é presente quando em nossas ações se tornam presentes não só em palavras mas, como também nas ações, devemos nós repassar o nosso conhecimento de fé para aqueles que se fazem inexperientes do objeto em si, ter fé não apenas limitar-se de si a Deus ao qual nos colocamos na situação individual em que afirmamos ter fé por que vivemos de si para o ser supremo "DEUS", mas de tal modo Deus nos pede que nós proclamemos a nossa fé, pois segundo nossas virtudes nós temos que repassar aquilo que é bom e nos faz bem aos nossos irmãos, temos que querer o bem pare o próximo assim como queremos o nosso próprio bem, então não devemos nós fugir dos nossos deveres a nós designados, temos nós que tentar proclamar a verdade assim como ela o é, para que assim seja o bem de modo universal um bem para todos, um feito ao próximo, fazendo com que a presença de Deus seja atuante em nosso meio, e para isso temos que executar com as nossas responsabilidades. Aluno: Francisco Ernandes Marques de Oliveira Filho

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