sexta-feira, 5 de junho de 2009

Afirmar a própria autonomia


A intelectualidade crítica reivindica para si a atitude ousada de pensar com a própria cabeça. Trata-se da descoberta e valorização da subjetividade, afirmando a própria autonomia diante de imposições extrínsecas. Desembaraçado das sujeições da heteronomia, o indivíduo atreve-se a fazer seu o lema de Kant – Aude sapere! “Ousa saber!”. Perante a força da autoridade, a consciência crítica faz a experiência de liberdade, revelando a si como sujeito capaz de forjar as próprias significações.

Um comentário:

  1. Há um forte temor em “seguir a própria cabeça”. Para muitas pessoas é muito mais confortável errar com os outros do que errar sozinho, por isso, não se preocupam em discutir o que “o povo diz”. Discutir ou criticar é visto como risco de erro ou de desconstrução do que se já está edificado. Porém discutir e criticar podem ser vistos, também, como possibilidade de acertos, de melhorias do que já está construído. Desenvolver a inteligência crítica nos torna “maiores” e isso não quer dizer que seremos absolutamente grandes. É assim como participar de um time de futebol e embora eu sendo goleiro possa discutir com meu companheiro que joga no ataque a melhor estratégia para ele fazer o gol. Não preciso tomar o lugar do meu companheiro na tarefa de fazer gol, mas participo de sua especialidade quando fiz com ele a melhor maneira para o sucesso. Também não deixo de ser o goleiro, mas não sou apenas um especialista em defender. Ousar saber não, necessariamente, nos incha de orgulho e nos faz desobedientes à autoridade, mas nos faz ser “vivos” diante da heteronomia e livres obedientes. (Djalma da Silva Moura)

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