sexta-feira, 5 de junho de 2009

Pensar desde a complexidade


Nosso pensamento deve ser complexo, isto é construído na compreensão da teia de relações em que os dados da realidade estão e devem ser situados. Pensar, desde este pressuposto, implica saber relacionar e contextualizar, situando os conhecimentos na sua complexidade – “tudo é complexo, porque tudo faz parte de gigantesco ‘tecido (plexo) com’”. Poderá então o nosso pensar ser holístico, isto é, multidimensional, interdisciplinar, integrativo, contextualizado, organizado, estruturado – sempre situado no todo maior. Tem-se assim um pensamento em rede – tecido numa trama articulada de ações e interações – e sistêmico – em que as partes são compreendidas em sua ligação orgânica com o todo. O pensar complexo não deve ser só capaz de repor cada peça de saber na malha ou estrutura maior de relações (momento sincrônico do conhecimento), como deve igualmente conseguir, assumindo uma perspectiva histórica, de situá-lo no percurso dos acontecimentos (momento diacrônico). "O pensamento não se perde nunca no momentâneo. Em vez de dizer que só existe o presente, afirma-se o contrário. O presente não existe. Ele é passado condensado e é futuro anunciado. Vê-lo sempre assim é aprender a conhecer." Finalmente, para preencher inteiramente os requisitos da complexidade, o pensamento deve ainda compreender e aceitar a incerteza, a indeterminação, o aleatório presente no nosso mundo fenomenal. O acaso faz parte da existência, desafiando a segurança de qualquer uma de nossas previsões.

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