Em todo ato de conhecer deve haver uma intencionalidade para a práxis. Devemos cuidar de que haja sempre uma “articulação entre conhecimento e prática, entre saber e ação, de modo que ambos se alimentem mutuamente. (Devemos criar) a atitude mental de sempre pensar o conhecimento em sua prolongação prática, e a prática em seu caráter cognitivo”. Ao enxergar a mútua repercussão entre o conhecimento e a prática, somos levados a reconhecer que todo trabalho é intelectual. No agir envolvemos e reformulamos nosso conhecimento; no conhecer inovamos criativamente nosso agir. Por isso, o verdadeiro e necessário aprendizado é o da aptidão criativa, imaginativa, transformadora da prática, e não o repetitivo, que vê e copia, reproduzindo o já feito.
Há pois uma espécie de perichorese entre Teoria e Práxis. No que se refere à Teoria, há em primeiro lugar este fato fundamental: que ela possui uma homologia estrutural ou um homomorfismo com a prática... A Práxis, por seu lado, compreendida no sentido largo de toda atividade humana transformadora do mundo, inclui sempre sua teoria, a saber, suas razões, suas motivações, suas finalidades, etc. ... É esta mútua imbricação de uma na outra que permite tanto a Teoria da Práxis quanto a Práxis da Teoria. *
Mais penetrante será nosso estudo quando nele repercutir e dele resultar a experiência prática. Mais rica será nossa ação quando dela e para ela derivarmos as lições do nosso pensar. Deixe-se que a prática nos questione; permita-se que a reflexão atualize nosso operar. Pensa melhor quem pensa em vista da ação. Age melhor quem age em prol da reflexão.
* Cl. Boff, Teologia e Prática. Teologia do político e suas mediações, Petrópolis, Vozes, 1978, pp. 361ss
Sabemos que a práxis ´e o conjunto de ações voltadas para o bem. Neste contexto é a nossa consciência crítica que nos leva à ação prática. No entanto, é preciso saber fazer o processo reflexivo da condição humana diante os fatos históricos. As ações práticas assim, de acordo com o nosso conhecimento nos leva a termos compromisso com a solidariedade na construção de uma sociedade mais justa e igualitária, ou seja, no compromisso com Deus e o próximo.Saber unir a sabedoria histórica de muitos com a produção do conhecimento científico é sem dúvidas saber fazer discernimentos e tomar decisões maduras. Assim, a consciência crítica é um processo vivencial , fruto de contextos experimentados e estudados que se coloca sempre a serviço da práxis em benefício da outra pessoa. Maria Auxiliadora S. Beserra.
ResponderExcluirO TEMA PRÁXIS IMPÕE UMA INTERPELAÇÃO DE MESMA NATUREZA PRAGMÁTICA, OU SEJA, NOSSA RESPOSTA DEVE SER UMA AÇÃO. COM O AVANÇO E A PENETRAÇÃO DA FILOSOFIA DA LINGUAGEM A FILOSOFIA ÉTICA E POLÍTICA, CADA VEZ MAIS FILOSOFAR DENOTA UMA AÇÃO, MUITO DENTRO DO TEMA ÉTICA, PELA DIMENSÃO DA LIBERDADE, DA ESCOLHA. JOSE SARAMAGO TAMBÉM REFLETE EM DE SEUS VÁRIOS ENSAIOS O PROBLEMA DA AÇÃO CONECTADO AO PONTO AXIOLÓGICO. NO ENSAIO SOBRE A CEGUEIRA, SARAMAGO RETRATA PERFEITAMENTE O TIPO DE AUTONOMIA QUE A SOCIEDADE ESTÁ CONDICIONADA, O VIÉS DA AUTONOMIA FUNDAM LIMITE DA AÇÃO A RAZÃO, JÁ A LIBERDADE BEM NO SENTIDO AMPLO E INTENCIONAL HERDADO DA FENOMENOLOGIA ONTOLÓGICA DO CONTEMPORÂNEO SARTRE, EXPLICA ESSE FENÔMENO DA AÇÃO CUJO O AXIOMA SE FUNDA A PARTIR DA IDEIA DE TORNAR A VIDA HUMANA POSSÍVEL, E NÃO A PARTIR DE UMA HUMANIDADE COLERADA, A FEITA PELA HISTORIA. AQUI NESTE PENSAMENTO ETHOS É AÇÃO PORQUE É ACIMA DE TUDO O AXIOMA DO FAZER-SE, DO SER ACIMA DE TUDO. RENE F SOARES
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